Era uma vez uma linha de fronteira, aqueles que a cruzaram e o porquê de o terem feito

Esta é a história de uma linha de fronteira — a primeira e as que se seguiram. Três criaturas absurdas, situadas entre o divino e o humano, observam e transformam os traços da linha, os seus cruzamentos, quebras e emaranhados, vestindo a pele e a memória das pessoas que a atravessam. Esta é uma história que, como todas, começa com “era uma vez”, mas não se sabe bem que vez é a primeira. Sem linha do tempo, tudo se passa agora. 1968 é agora. 2010 é agora. 1140, também é agora. Esta é a história dos de agora, que também são os de antes. A história de uma ferida com nome de ordem, mas também uma possibilidade de lembrar, pensar e imaginar formas de redenção coletiva.

Apresentações

4 de outubro de 2025
Centro Cultural de Carregal do Sal

11 de outubro de 2025
Centro de Artes Águeda

24 de outubro de 2025
Auditório Municipal de Pombal (público escolar)

29 de outubro de 2025
Teatro Municipal da Guarda

9 de novembro de 2025
Teatro Garcia de Resende, Évora

22 de novembro de 2025
Centro Municipal de Cultura, Castro Daire

23 de janeiro de 2026
Centro Cultural de Paredes de Coura

31 de janeiro de 2026
Teatrão, Coimbra

Notas de Criação

“Era uma vez uma linha de fronteira, aqueles que a atravessaram e o porquê de o terem feito” é um título longo. Demasiado longo, tal como a História que se vive é longa e implacável. As linhas multiplicam-se e categorizam, dividem, fazem nascer ódios e proliferar guerras. Levantam muros para gente comum. Gente que apenas procura uma vida melhor. Assistimos a tempos em que a imigração é o bode expiatório para justificar todos os problemas de um país. O título do espetáculo é longo, mas a memória é curta. Porque afinal, também já lá estivemos, e continuamos a estar, à procura de uma vida melhor. Em tempos fomos a pé, escondidos em camiões, invisíveis nos comboios, a subir montanhas, a atravessar rios. Hoje vamos de avião.

Este espetáculo é sobre este país como local de partida e chegada. É a terra que conhecemos. Mas podia ser sobre qualquer outro território – estamos todos no mesmo barco. Com este trabalho questionamos a pertença e a exclusão. Questionamos quem fez as linhas. Porque são elas flexíveis para uns e rígidas para outros. Questionamos a história que contamos e que queremos rescrever, um dia, quando olharmos para este momento da história. Choraremos os corpos perdidos no mar, os que morreram à fome por lhes ser negado uma terra e os que caíram a tentar defender a sua. 

As guerras fazem-se por linhas e credos. Esta linha pede a reforma. Basta.

“A linha teria gostado, demasiadas vezes, de ser invisível. Diluir-se na terra. Morrer por sua mão, como Walter. Ser só chão para andar. A linha queria, demasiadas vezes, que não acreditassem nela.” 

O filósofo Walter Benjamim, que também figura nesta peça, diz-nos que o progresso não é linear. Pode ser interrompido, pode andar para trás. Mas diz-nos também que, na história que se vive, pode haver ainda uma possibilidade de redenção coletiva.  Sonhamos com um progresso que quebre linhas e crie espaços amplos onde possamos conversar. Ambicionamos que o lugar que criamos no teatro seja um desses espaços: de reflexão e debate, o espaço de acolhimento, onde as histórias nos conectem àquilo que de mais humano temos e que possam assim esbater todas as linhas. Que elas sejam como uma sombra ao cair da noite. Quase invisíveis.

Dedicamos este espetáculo a todos os que foram, a todos os que chegaram e a todos que partiram sem nunca conseguir chegar.

Este espetáculo é sobre este país como local de partida e chegada. É a terra que conhecemos, mas podia ser sobre qualquer outro território – estamos todos no mesmo barco. Com este trabalho questionamos a pertença e a exclusão. Questionamos quem fez as linhas e porque são elas flexíveis para uns e rígidas para outros.

As guerras fazem-se por linhas e credos. Aqui há uma linha pede a reforma. Basta!

“A linha teria gostado, demasiadas vezes, de ser invisível. Diluir-se na terra. Morrer por sua mão, como Walter. Ser só chão para andar. A linha queria, demasiadas vezes, que não acreditassem nela.”

O filósofo Walter Benjamim, que também figura nesta peça, diz-nos que o progresso não é linear. Diz-nos também que, na história que se vive, pode haver ainda uma possibilidade de redenção coletiva. 

Ambicionamos que o lugar que criamos no teatro seja um espaço e tempo de reflexão e debate. Um espaço de acolhimento, onde as histórias nos conectem àquilo que de mais humano temos e que possam assim esbater todas as linhas. Que elas sejam como uma sombra ao cair da noite. Quase invisíveis.

Dedicamos este espetáculo a todos os que foram, a todos os que chegaram e a todos que partiram sem nunca conseguir chegar.

Ficha Artística

Criação: Patrick Murys, Pepa Macua, Ricardo Augusto, Sofia Moura
Interpretação: Patrick Murys, Ricardo Augusto, Sofia Moura
Dramaturgia: Sofia Moura
Textos: Rui Macário Ribeiro e Sofia Moura
Cenografia e Figurinos: Inês de Carvalho
Desenho de Luz: Francisco Alves
Criação musical: Ricardo Augusto
Design, Vídeo e Fotografia: Luís Belo
Direção Executiva: Dennis Xavier
Produção Executiva: Marta Costa
Assistente de produção: Raquel Ventura
Produção: Mochos no Telhado – Estrutura com Direção Artística de Dennis Xavier e Sofia Moura
Financiamento: DGArtes – Ministério da Cultura, República Portuguesa
Coproduções: Teatro Municipal da Guarda, CENDREV, Teatro-Cine de Pombal, Centro Cultural de Carregal do Sal, Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, Centro Cultural de Paredes de Coura, Centro de Artes de Águeda
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