Deixa-me Contar Antes que Esqueça
“Deixa-me Contar antes que Esqueça” é um projeto de criação artística ancorado na escuta de um território, através da recolha de testemunhos dos seus habitantes e comunidades. No resultado final, que cruza o teatro e a música, transforma-se o conjunto de vozes e experiências distintas, numa voz partilhada e comum.
O Que Vi Quando Olhei Para Trás (2025)
Em 2025, configurou-se nos recônditos da cultura do povo rural que se alimenta de inquietações, crenças e superstições, tendo-se desenvolvido na União de Freguesias de Boa Aldeia, Farminhão e Torredeita, nas freguesias de Orgens, Silgueiros e São João de Lourosa do concelho de Viseu.








Sinopse
Esta noite, Perséfone vai ter que dormir sozinha, ainda por cima num quarto que não é o dela, recheado de sombras estranhas e ruídos assustadores. Até o peluche que lhe faz companhia não é o seu. E surge na cabeça da pequena Perséfone a grande questão: “Para que serve a noite?”. Armada apenas com coragem e curiosidade, a menina heroína embarca numa viagem emocionante à descoberta dos segredos da noite.
“A noite serve… para caçar pensamentos. A noite serve… para ter saudades.
A noite serve… para contar segredos.”
Olho para trás e vejo-me a caminhar lado a lado com a minha irmã até ao quartinho do fundo da casa da avó e do avô, onde esperamos mais uma história para espantar o sono e acordar o susto. Sempre verdadeiras, narram vultos em encruzilhadas, voos de bruxas, galopadas de lobisomens e banquetes com o demónio, enquanto as palavras se esfumam em aromas de arruda e alecrim.
Vigiada pela santa que me olha da mesinha de cabeceira, deixo-me levar pela dança entre a luz e a sombra, a certeza e a dúvida, o terreno e o etéreo, o insólito e a fantasia.
Vejo e faço por não esquecer de todas as histórias que os meus avós escondem por trás do olhar. Aventuro-me nelas, iluminada pela candeia que seguro na mão direita e crente nas vozes dos que as viveram.
Ficha Artística
Criação e interpretação: Catarina Carvalho Gomes e Sofia Moura
Dramaturgia: Sofia Moura
Co-criação musical: Catarina Carvalho Gomes, Marta Vilaça, Ricardo Augusto, Sofia Moura
“Canção em Lálálá”: Catarina Chitas, arranjo Teresa Campos (Sopa de Pedra)
Olhar exterior e desenho de som: Dennis Xavier
Produção executiva: Marta Costa
Assistência de produção: Raquel Ventura
Apoio: Eixo Cultura – Município de Viseu, DGArtes – Ministério da Cultura, Desporto e Juventude
Público-alvo: M/6
Duração: 60 min
Do nascer do sol ao deitar da lua (2024)
Em 2024, o ponto de partida que norteou as recolhas foi um regresso às antigas profissões, trabalhos e práticas diárias que mantinham a vida em comunidade, evocando também a memória daquelas que eram as figuras que desempenhavam determinadas tarefas e que povoam, ainda, o pensamento de quem recorda.










Sinopse
Esta noite, Perséfone vai ter que dormir sozinha, ainda por cima num quarto que não é o dela, recheado de sombras estranhas e ruídos assustadores. Até o peluche que lhe faz companhia não é o seu. E surge na cabeça da pequena Perséfone a grande questão: “Para que serve a noite?”. Armada apenas com coragem e curiosidade, a menina heroína embarca numa viagem emocionante à descoberta dos segredos da noite.
“A noite serve… para caçar pensamentos. A noite serve… para ter saudades.
A noite serve… para contar segredos.”
Atravessamos o tempo e resgatamos as palavras que se erguiam a cada alvorada para fazer e manter a vida. Palavras que adormeciam ao embalo do cansaço, dia após noite e noite após dia. Encontrámo-las nos meandros da memória de muita gente que esculpiu o mundo, pintando as mãos com a cor da terra que escorre e se escapa pelos dedos, grão a grão, como o tempo que cai na ampulheta.
De todos os fazedores do mundo, herdámos paisagens em construção, tradições, utensílios de trabalho, formas de pensar e de fazer. Formas de cantar e de contar.
Agora, erguidos nos ombros do tempo e com a mesma terra a correr-nos nas veias, escutamos memórias e contamos para não esquecer.
Ficha Artística
Dramaturgia: Sofia Moura
Cocriação e interpretação: Clara Spormann, Ricardo Augusto e Sofia Moura
Olhar Exterior e Apoio à Dramaturgia: Dennis Xavier
Arranjos Musicais e Música Original: Ricardo Augusto
Design e Fotografia: Luís Belo
Direção de Projeto: Dennis Xavier
Produção Executiva: Marta Costa
Financiamento: Eixo Cultura – Município de Viseu; DGArtes – Ministério da Cultura, República Portuguesa
Público-alvo: M/6
Duração: 60 min
Deixa-me Cantar Antes que Esqueça (2023)
Em 2023, o foco foram as histórias das mulheres poderosas de outrora, figuras frequentemente invisíveis que povoavam as aldeias e que eram a espinha dorsal das famílias. A transversalidade dos seus testemunhos, que abarca a dureza do trabalho, da maternidade e da vida doméstica, mas também a alegria do convívio no baile de Domingo, é o registo de um Portugal recente mas já quase extinto. A par da palavra falada, surge o canto, ecos da vida feminina nos campos e no lar.








Sinopse
Esta noite, Perséfone vai ter que dormir sozinha, ainda por cima num quarto que não é o dela, recheado de sombras estranhas e ruídos assustadores. Até o peluche que lhe faz companhia não é o seu. E surge na cabeça da pequena Perséfone a grande questão: “Para que serve a noite?”. Armada apenas com coragem e curiosidade, a menina heroína embarca numa viagem emocionante à descoberta dos segredos da noite.
“A noite serve… para caçar pensamentos. A noite serve… para ter saudades.
A noite serve… para contar segredos.”
A mulher que mora no final do tempo, ali na esquina do fim do mundo, tem muitos nomes. Ela é uma espécie em vias de extinção, como os lobos que antigamente povoavam as serras. Fomos encontrando as provas da sua existência por entre relatos e canções, na boca das mulheres saudosas, das avós, mães e netas. Pedimos que nos contassem como foi, que levantassem o véu daquilo que ficou escondido nas pedras das casas, nos campos da ceifa e no caminho do rio. Entre o céu e a terra, estão as vozes que embalam os gritos de antigamente. Deixa-me cantar antes que as esqueça.